Support – Kindness – Encouragement – Troubleshoot: Sket Dance!
(por andreanekacs)
Sket Dance era uma estória que me
chamava a atenção há algum tempo. Tudo o que eu sabia, primeiramente,
era que: se tratava de um mangá de comédia; o autor tinha sido
assistente do mangaká de Gintama; e o mangá costumeiramente mantinha
boas posições nas TOCs.
No início desse ano resolvi começar a assistir o anime, logo depois
passei para o mangá (e para meu horror, descobri que os scans estavam
atrasados cerca de 40 capítulos em relação ao Japão). Sem perceber,
acabei nutrindo um intenso carinho pela estória e seus personagens, a
ponto de sket ser hoje meu segundo mangá favorito.
Criado
por Shinohara Kenta, o mangá segue as atividades de Bossun (Fujisaki
Yuusuke), Himeko (Onizuka Hime) e Switch (Usui Kazuyoshi), membros do
clube de apoio acadêmico do colégio Kaimei, o Sket-Dan. Sua rotina
consiste em aceitar pedidos de estudantes e professores e ajudá-los em
todo tipo de problema sem pedir nada em troca. Na maior parte das vezes,
os personagens que pedem auxílio são excêntricos e seus pedidos
incomuns, sendo que alguns se tornam figuras recorrentes na série.
Exemplos são os professores J-son, que mais de uma vez pediu a ajuda do
grupo para suas entrevistas de casamento (nas quais ele não consegue ter
sucesso devido a sua aparência assustadora), o professor Yamanobe, que
tende a aparecer na sala do clube para pedir que eles testem os jogos
criados por seu mestre Won – destaque para o jogo da Mariko e sua irmã
Louigiana, personagens da Wontendo, que rendeu um dos capítulos mais
engraçados de Sket Dance, em minha opinião -, Yabasawa, que costuma
perder seu macaco de estimação pervertido, e Roman, aspirante a mangaká
de shoujo que enxerga o mundo através do filtro otome, é apaixonada pelo
“príncipe” Bossun e sempre brinda os fãs com suas técnicas e dicas para
fazer um mangá de sucesso.
Sket Dance também trabalha com paródias de jogos, outras séries,
filmes e piadas de quarta parede – destacam-se os capítulos de votação
de personagens favoritos e o capítulo em que o mangaká Hinohara Enta vai
ao colégio Kaimei em busca de inspiração para uma nova série, afirma
que Bossun daria um péssimo protagonista de shounen e decide fazer um
mangá sobre o conselho estudantil – além de seus conhecidos crossovers
com Gintama e Bakuman, sendo que este último se deu só nos animes: em
Bakuman, Miho fez sua estreia na dublagem de séries da Jump fazendo uma
ponta em um episódio de Sket Dance, o qual, por sua vez, parodiava
Bakuman.
Desde os primeiros episódios, dava-se para notar, no entanto, que
Sket Dance não se basearia só em comédia. Temas como bullying, pessoas
reclusas, abuso e delinquência juvenil se fizeram presentes na série
sem, no entanto, serem mostrados de maneira muito pesada. O mangá tem
momentos sensíveis e bonitos que já conseguiram me levar às lágrimas
diversas vezes. Nos primeiros episódios, os destaques nesse quesito vão
para o episódio 6 “Até Onihime tem lágrimas nos olhos” – que não só
inicia a rivalidade entre o Sket-Dan e o conselho estudantil como também
aprofunda a relação de Momoka e os membros do clube – o episódio 7
“Sakura de Verão” – que conta a estória de Tetsu e sua amiga de infância
doente por quem ele é apaixonado – e o episódio 17, “Sketchbook”, que
mostra o Sket-Dan ajudando uma aspirante a violinista a ter
autoconfiança e a se dedicar sem medo a sua carreira, em meio ao
festival de Rock de Kaimei. Mais tarde, nos arcos que contam o passado
dos membros do clube, a série toma ares mais sérios e sombrios, além de
aprofundar o lado psicológico do trio protagonista.
O primeiro arco de flash-back, Switch Off, é com certeza o mais
triste de todos. Ele mostra o trauma de Kazuyoshi após a morte de seu
irmão mais novo (Masafumi) e como isso o levou a parar de falar e a
assumir parte da identidade do irmão morto. Ele adotou o apelido
“Switch” (que era de Masafumi), o penteado e os óculos que o irmão
usava. Switch se tornaria um recluso, recusando-se a sair de casa por
estar imerso no desespero. Apesar de ter sido salvo por Bossun depois,
ele atualmente só se comunica pelo computador e continua a adotar as
características de Switch. O segundo arco, Ogress, conta o passado de
Himeko e como ela havia se tornado uma delinquente famosa e parado de
confiar nas pessoas, até conhecer Bossun, que também a ajudou e, com
ela, fundou o Sket-Dan. O terceiro arco de flash-back, Happy Birthday,
conta o passado de Yuusuke: ele descobre por meio de fitas de vídeo,
fotos e um confronto com sua mãe que é adotado e que seus pais
biológicos queriam que ele se tornasse uma pessoa que sempre ajudasse os
outros, já que eles só conseguiram viver por causa da ajuda de outras
pessoas. A estória dos pais de Bossun, Ryosuke e Haru, e de como eles
morreram é talvez a mais linda e inspiradora de todo o mangá. Há uma
revelação importante nos capítulos intitulados Happy Rebirthday, mas não
teria o mesmo impacto se vocês soubessem por mim em vez de descobrirem
lendo o mangá ou vendo o anime.
Sket Dance vem gradualmente conquistando popularidade e pode se
tornar um dos carros-chefes da Jump, com um enredo despretensioso que
mostra em um capítulo as consequências das loucas invenções do professor
de química Chuuma (que já conseguiu criar pílulas para troca de corpos,
invisibilidade, rejuvenescimento, envelhecimento, hipnose, depressão e
outras) ou uma ambientação no espaço sideral, e, em outro capítulo,
mostra um professor abusando moralmente de seus alunos. Esse mangá
transita entre a comédia nonsense e o drama de forma esplêndida e possui
personagens magnificamente bem-construídos, cujas interações são sempre
um deleite para o leitor e/ou espectador. O maior exemplo, sem dúvida,
fica com o trio de protagonistas, que partilha um profundo laço de
amizade, lealdade, gratidão, admiração, respeito e amor. Personagens que
sabem que precisam uns dos outros para seguir em frente e que
encontraram no clube de apoio acadêmico e na dedicação para ajudar a
todos que precisarem um significado e sentido maiores para suas vidas.
Sket Dance é uma estória divertida e bela a qual todos deveriam dar uma
chance.
portallos.com
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