Há tempos os games deixaram de ser uma mera diversão e se transformaram em uma indústria bilionária - e seguiram o exemplo da própria indústria da computação e dos negócios de Internet. Mas, secretamente, existem formas com que os games ajudam o mundo, transformam a vida de muitas pessoas e poucos sabem disso. Vamos a uma listinha didática com cinco exemplos:
- Na descoberta dos mistérios do RNA
Depois da conquista espacial, o homem passou a uma exploração ainda mais importante: do seu próprio corpo e das partículas que o compõe. Não é um trabalho fácil, e envolve conhecer diversas moléculas e entender como elas se combinam. É muito trabalho para cientistas e exige um poderoso conjunto de mentes para decifrar esse gigantesco quebra-cabeças. Para isso, pesquisadores de Stanford criaram o game Fold It, que deixa os jogadores juntar essas peças e ir até onde nem os cientistas foram.
O jogo fez tanto sucesso e entregou tantas respostas importantes que gerou uma sequência: EteRNA. É um modelo futurista de pesquisa crowdsourcing. Em entrevista a revista a revista Wired, um dos pesquisadores comentou: "Ele [EteRNA] pode codificar uma proteína que ninguém jamais viu, algo que é importante para a descoberta do próximo blockbuster de glaucoma ou droga contra o câncer".
- Nos tornando pessoas mais felizes
Pode parecer afirmação de viciado em videogames, mas "felicidade nos videogames" é o tema de uma pesquisa séria levada a frente por Katherine Isbister, pesquisadora do Polytechnic Institute da New York University. Sua pesquisa se intitula "Emoção e Gesto em Games" e enfoca os movimentos que fazemos enquanto jogamos e como isso pode ajudar - e muito - na melhora do nosso humor.
"Basicamente, se você se mover como se estiver feliz, você vai começar a sentir-se feliz, e isso tende a crescer com o tempo", explicou ela em entrevista a revista Kill Screen.
- No ensino linguístico
Creio que, assim como foi para mim, a barreira do idioma era mais intransponível para muitos guris do que chefões que exigiam reflexos insanos. Em alguns games, como em densos RPGs, saber inglês é praticamente obrigatório, e jogadores de 14 anos se viam obrigados e tirar a poeira do dicionário e transcrever diálogos inteiros de forma quase heroica.
Games também fazem isso de forma menos óbvia, se utilizando de comunicação não-verbal e uma complexa rede de sinais próprios e experiências online, como visto em adventures point-and-click e produções como Journey.
- No diagnóstico de diabetes
A ideia nasceu de um jeito inusitado: como um software para identificar jogadores que utilizam trapaças para se dar bem online, e evoluiu para um programa que utiliza acessórios como o Kinect para descobrir quais jogadores têm sintomas de diabetes, como a cegueira. Para garantir a segurança dos jogadores, todos os dados são privados e não são enviados para nenhum servidor da empresa, que somente envia padrões algorítimos que são melhorados assim que ele identifica casos positivos.
O sistema, criado pelo polonês Lukasz Twardowski (foto), ainda está em fase de testes, mas pode salvar vidas no futuro.
- Na ajuda de deficientes visuais
Atualmente, existem mais de 50 jogos que ajudam cegos a se locomoverem pelo mundo através de sistemas de realidade virtual. Os mais famosos deles utilizam indicações auditivas para ajudar os deficientes. "O jogador usa um teclado para se mover e interagir com o mundo virtual. Por meio de interação sequencial com um ambiente virtual em 3D, o usuário aprende a construir um mapa cognitivo espacial daquilo que o cerca", explica Lotfi B. Merabet, do Beth Israel Deaconess Medical Center e Harvard Medical School.
gameworld.com
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