Cinema & Quadrinhos!!

Apresento, em minha sincera opinião, os quinze melhores filmes adaptados de histórias em quadrinhos, fugindo da temática supers.

 15. Dick Tracy

Dick Tracy

Dick Tracy é um detetive notável, criado em 1931, pelo cartunista Chester Gould e publicado em tirinhas pelo Chicago Tribune. As histórias traziam um clima noir às investigações de Tracy, que na época utilizava as técnicas mais avançadas de combate ao crime. As habilidades do detetive eram excepcionais, mas na grande parte das histórias, eram os vilões que roubavam a cena.

Em 1990, Warren Beatty, levou às telonas a história do detetive, assumindo ele mesmo o papel de personagem principal. O filme é muito bom e foi um grande sucesso de crítica e público. O elenco é grandioso: Warren Beatty, Al Pacino, Dustin Hoffman, Madonna, Dick Van Dyke, Paul Sorvino, James Caan, entre outros. O filme foi indicado ao Oscar em diversas categorias e ganhou as de “Melhor Direção de Arte”, “Melhor Maquiagem” e “Melhor Canção Original”.

            A primeira vez que eu vi o filme foi graças aos meus pais. Eles tinham gravado o filme em VHS, quando o mesmo passou na televisão. Eu não faço idéia de onde foi parar esse VHS e nunca fui atrás para comprar em DVD, mas é um filme que eu gosto muito e que faz tempo que não assisto.

 14. RED

Red - Aposentados e Perigosos

Criada por Warren Ellis, a HQ de RED é uma história curta sobre um agente aposentado da CIA, que se vê em meio de uma conspiração do governo. A história é curta e a Panini lançou a mesma no Brasil no ano passado. E é nesse ponto em que vemos a primeira divergência entre a HQ e o filme. A película aumentou a história, adicionando novos personagens e melhorando consideravelmente o roteiro.

O filme tem ação e comédia nas medidas certas. A cena em que Bruce Willis, durante uma perseguição, desce do carro “like a boss” é épica. Assisti pela primeira vez na semana passada e já se tornou um dos meus preferidos. Filme muito bom para se assistir num domingo à tarde chuvoso, em que não há mais nada para fazer.

13. Constantine

Constantine

John Constantine foi criado pelo mago inglês Allan Moore, nas páginas de “Monstro do Pântano”. O personagem é um anti-herói, cheio de sarcasmo e tiradas sensacionais. Um fumante inveterado e que tem diversas pendengas com os mais diversos demônios. Eu falei um pouco sobre o personagem no Rolou na Semana.

A adaptação americana teve Keanu Reeves no papel de Constantine e transportou o personagem das lúgubres ruas inglesas para o meio dos Estados Unidos. Muitos fãs amaldiçoaram a película, mas eu a tenho como um dos filmes mais legais que eu já vi. É claro que a adaptação mudou bastante a essência das histórias, mas nem sempre, é necessária uma transcrição EXATA de uma mídia para outra. O filme tem sim seus méritos e entra na minha lista sem problemas.

12. Marcas da Violência

Marcas da Violência

Esse me pegou desprevenido. Assisti ao filme de David Cronenberg com um grande sorriso no rosto. As atuações de Viggo Mortensen, Maria Bello, William Hurt e Ed Harris foram sensacionais. A história de um homem simples, que vive feliz numa pequena cidade interiorana, e que tem a rotina mudada quando evita um assalto foi muito bem recebida pela crítica, rendendo duas indicações ao Oscar: Melhor Ator Coadjuvante (para William Hurt) e Melhor Roteiro Adaptado.

E foi isso que exatamente me surpreendeu: o fato da história ser baseada em uma história em quadrinhos. Somente depois de ver o filme que eu descobri e fui atrás da HQ em questão. A Hq foi criada por John Wagner, em formato de Graphic Novele publicada por um dos braços editoriais da DC Comics. A revista tem um clima mais cru que o apresentado pela película, e nos mostra uma história totalmente verossímil. Prefiro a HQ, mas aconselho a todos uma espiada no filme.

 11. A Liga Extraordinária

A Liga Extraordinária

Mais Allan Moore (e ele ainda vai aparecer novamente na lista). A hq do mago inglês e do desenhista Kevin O’Neil é com certeza uma das melhores que já li em todo esses anos. A genialidade dos dois está impressa em cada uma das páginas da história. Infelizmente não tive oportunidade de adquirir a obra, publicada no Brasil pela Devir, e li somente pelos scans disponibilizados pelo blog “Rapadura Açucarada”. Eu também já falei sobre a Liga em um dos Rolou na Semana.

O filme protagonizado por Sean Connery reúne diversos nomes da literatura mundial para combater um homem que deseja dominar todo o planeta.

Os personagens literários de A Liga Extraordinária são: Allan Quatermain (As Minas do Rei Salomão), Mina Harker (Drácula), Henry Jekyll e Edward Hyde (Dr. Jekyll e Mr. Hyde), Rodney Skinner (O Homem Invisível), Capitão Nemo (20.000 Léguas Submarinas), Dorian Gray (O Retrato de Dorian Gray), Tom Sawyer (As Aventuras de Tom Sawyer) e Professor James Moriarty (O Problema Final).

10. OldBoy

OldBoy

O filme sul-coreano é dirigido por Chan-Wook Park e baseado em um mangá homônimo, publicado em 1997. O filme recebeu o prêmio do júri no Festival de Cannes e é o segundo capítulo da Trilogia da Vingança, de Park (iniciado por Simpatia pelo Sr. Vingança e finalizado com Lady Vingança).

A história é sobre um homem que é seqüestrado e confinado em um quarto por quinze anos. Então ele é liberado e desafiado a descobrir quem e por quê passou por tudo aquilo. A partir daí, vemos o caminho vingativo traçado pelo personagem.

            O mangá chegou a ser publicado no Brasil, só não recordo por qual editora e nem se foi lançado integralmente. Eu nunca li o mangá, mas o filme é sensacional.

09. 300

300

O filme é baseado na obra de Frank Miller e conta a história da famosa batalha de Termópilas e de como 300 homens lutaram contra a invasão persa, comandada pelo rei Xerxes. O filme é excelente, principalmente aquele monte de homem sem roupa com abdomens bem definidos, e a produção também. A fotografia e a direção de Zack Snyder são revolucionárias.

A narrativa é empolgante e a cada virar de página, frases de efeito surgem mais rápidas e certeiras que as lanças dos espartanos. E a arte é tão bela quanto as moças gregas que viviam como oráculos. O formato diferenciado foi pensado para privilegiar os desenhos, e é mais uma prova do apurado senso artístico de Miller, que fez grandes painéis a cada página, como se a história fosse mostrada em widescreen, alargando suas fronteiras.

Recomendo o filme e a história em quadrinhos!

08. V de Vingança

V de Vingança

Eu disse que o Allan Moore ainda viria a figurar nesta lista, e garanto que essa não é a última vez. A história de Moore e David Lloyd foi iniciada em 1982, mas somente foi finalizada em 1988. A história se passa num futuro (passado) governado de forma totalitária e que, como na obra 1984 de George Orwell, monitora cada centímetro e cada habitante do País. Surge então um misterioso anarquista que tentará destruir o Estado e devolver a liberdade que há tanto a população perdeu.

A adaptação foi produzida pelos irmãos Wachowski e embora possua diversos defeitos, ainda considero um dos filmes mais legais que eu já vi. O que me incomoda é a vontade dos Wachowski de permanecer no lugar confortável deles: como exemplo, posso citar o simples fato do uso desnecessário do Bullet Time (efeito criado pelos dois no filme Matrix) neste filme. Mas isso não faz o filme perder seus méritos. Recomendado!

07. Scott Pilgrim contra o Mundo

Scott Pilgrim contra o Mundo

A HQ, diferente da maioria na lista, é muito recente. Criada por Bryan Lee O’Malley em 2004 e publicada pela Oni Press, a história conta as aventuras de Scott Pilgrim, um canadense de aproximadamente 24 anos, preguiçoso, anti-herói, roqueiro de garagem, que vive em Toronto, Canadá tocando baixo na banda de “Sex Bob-OMB”. Ele se apaixona pela entregadora de encomendas Ramona Flowers, mas deve derrotar os sete ex-namorados, chamados de “A Liga dos Sete Ex-namorados Malvados”, para que Scott possa ficar com ela.

A adaptação é de Edgard Wright (dos ótimos Chumbo Grosso e Todo Mundo Quase Morto) e trás para as telas toda a ação dos quadrinhos. O filme é ótimo, muito engraçado e cheio de influências de vídeo-games e mangás. Eu gostei demais!

06. 30 Dias de Noite

30 Dias de Noite

Quadrinhos de terror. Existem poucos trabalhos desse gênero que me chamam atenção e 30 Dias de Noite é um dos raros. Steve Niles acerta em cheio nessa história de vampiros, que foge do convencional. Numa pequena cidade do Alasca, com a chegada do inverno, o sol simplesmente para de nascer durante 30 dias. E nessa longa e gélida escuridão, a cidade será o cenário perfeito para o banquete de um grupo de vampiros.

O filme também é um dos poucos filmes de terror que eu realmente gosto. O trabalho de David Slade passa para quem assiste a solidão e o medo que os habitantes de Barrow devem sentir naquele inverno sombrio. A atuação de Josh Hartnett é muito boa. A única coisa que fica a desejar é o final.

05. Wood & Stock – Sexo, orégano e Rock’n’Roll

Wood & Stock

E entramos no Top 5 com filme brasileiro. Angeli é um dos grandes gênios do mercado de quadrinhos no Brasil. Em 1973, foi convidado pelo jornal Folha de São Paulo a manter uma seção de tiras diárias. Foi ai que surgiu a Chiclete com Banana e daí surgiram Rê Bordosa, Bob Cuspe e Wood & Stock. E o filme é sobre esses últimos: dois trintões, cabeludos, que usavam camisetas estampadas, calças boca-de-sino e sandálias de couro cru. A primeira história mostrava os dois, na estrada, pedindo carona para o festival de Woodstock.

Trinta anos se passam e nossos heróis, agora carecas e barrigudos, enfrentam as dificuldades de um mundo cada vez mais individual e consumista. Família, filhos, trabalho, contas a pagar e solidão são conceitos que não combinam com o universo inconseqüente desses “bichos-grilos perdidos no tempo.

04. Anti-Herói Americano

Anti-Herói Americano

A adaptação cinematográfica traz um mesmo teor autobiográfico dos quadrinhos originais de Harvey Pekar, aonde ele conta sua própria vida, com enfâse nas suas frustações e no cotidiano. O filme traz Paul Giammatti no papel de Pekar, mas o próprio Pekar faz a narração, e ao longo do filme são apresentadas várias entrevistas feitas no set de filmagem com ele.

Harvey Pekar foi um dos primeiros escritores a acreditar que a vida real poderia ser uma fonte para histórias em quadrinhos e sendo incapaz de desenhar, ele chamou seu já famoso amigo Robert Crumb para ajudá-lo a criar a série, baseada na própria vida. O filme é muito bom e não espere ação ou comédia. O filme é um drama, um drama muito bem dirigido.

 03. Sin City

Sin City

E mais uma vez, Frank Miller aparece na nossa lista. Sin City é o principal trabalho de Miller e nos conta diversas histórias que ocorrem nas ruas violentas da fictícia Basin City. As histórias têm personagens recorrentes e ligam-se uma a outra por pequenos detalhes. A primeira foi lançada em 1992, no título Dark Horse Presents.

O filme foi lançado em 2005 e adapta quatro histórias de Miller: “O Cliente tem Sempre Razão”, “A Cidade do Pecado”, “A Grande Matança” e “O Assassino Amarelo”. A direção é de Robert Rodriguez, que deu a Frank Miller créditos na direção. Além disso, Quentin Tarantino é creditado como diretor convidado, por dirigir uma das cenas do longa.

Um dos diferenciais dos quadrinhos e que Rodriguez manteve em seu filme: ele é em preto & branco, mas alguns objetos e detalhes têm cores, como olhos, lábios ou roupas.

O elenco é enorme, mas vou listar todos: Josh Hartnett, Mickey Rourke, Jaime King, Carla Gugino, Elijah Wood, Rutger Hauer, Clive Owen, Benicio Del Toro, Rosario Dawson, Michael Clarke Duncan, Brittany Murphy, Bruce Willis, Jessica Alba, Nick Stahl e Michael Madsen. Ufa, até cansei.

02. Do Inferno

Do Inferno

E pela terceira vez (e última) Allan Moore aparece na lista. As obras do mago inglês são sempre as mais requisitadas (acho que pela qualidade das obras), mesmo com os constantes chiliques do barbudo. A história de Do Inferno é intrigante. Vemos um investigador da polícia no rastro de um assassino serial que mata prostitutas nas ruas de Londres em 1888. Sim, estamos falando de Jack, o estripador.

Allan Moore criou uma história fantástica, onde ele desvenda o mistério do estripador e lhe dá uma face. O filme não agradou a critica, que o classificou como duas horas de assassinato, cenas sem sentido e um romance não desenvolvido. Eu acho tudo isso uma besteira. O filme é muito bem trabalhado pelos irmãos Hughes e somos presenteados com uma história original e inovadora.

01. Estrada para Perdição

Estrada Para Perdição

E chegamos ao topo de nossa lista com estilo. Estrada para Perdição é um daqueles filmes em que você não consegue tirar os olhos, pois quer saber o que vai acontecer na próxima cena. E isso se repete nas duas mídias: a HQ eu li de inteira em poucas horas, sem interrupção. O filme foi considerado por muitos críticos como o filme do ano em 2002, e tem umas das melhores fotografias que já vi: vide que ganhou o Oscar, o BAFTA e o Satellite Awards de Melhor Fotografia.

Durante a Grande Depressão, um garoto de onze anos tem seu pai como um herói mas, na verdade, ele é um perigoso assassino que trabalha para a Máfia. Um dia, ele vê seu pai e outro capanga matar um homem. O outro homem é filho do chefe da mafia local e resolve matar todos da família. A partir daí, o pai (vivido por Tom Hanks) precisam fugir e encontrar um local seguro onde possam viver. Além de Hanks, também estão no filme Paul Newman, Jude Law e Daniel Craig.

O filme é um épico e tece de maneira singela e violenta a relação entre um pai e seu filho. Além de tudo, você se surpreende há cada nova reviravolta e com certeza irá se emocionar com o final. Assistam!

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