Há algum tempo eu me deparei com a seguinte pergunta feita ao @cnetoin pelo formspring:
Qual foi a sua trajetória no mundo animístico da internet? Por quais círculos você passou até chegar onde está hoje (sites, redes sociais, fóruns, blogues…)?
A resposta dele
até que foi bem simples, mas a pergunta ficou ecoando na minha cabeça e
eu fiquei pensando sobre minha própria trajetória no mundo animístico.
Como tudo começou até onde eu estou agora. O resultado
dessa recapitulação eu coloco nesse post.
De fato será um post bem pessoal, mas,
como os outros do tipo, serve para incitar a discussão sobre o tema.
Desse modo, ao final da leitura, se puderem, compartilhem um pouco das
suas trajetórias no mundo animístico!
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Minha primeira memória consciente como
fã de cultura pop remete aos meus 6-7 anos quando assisti Star Wars pela
primeira vez. Minha mãe alugou o VHS e enquanto ela recebia umas amigas
na sala eu fiquei vendo no quarto com a filha de uma das amigas. Foi
tiro e queda. Me apaixonei. No dia seguinte, pedi para minha mãe alugar
os outros dois filmes da série (só tinham os três originais naquela
época) e assisti um atrás do outro. Nascia um nerd.
O próximo passo foi comprar meus
primeiros gibis. Lembro até hoje o primeiro que fui comprar na banca
sozinho, sem meu pai. Homem Aranha #196 da Editora Abril, primeira parte
da Temporada de Caça. Desde então, estava iniciada a vertente
quadrinhística da minha vida nerd.
A próxima vertente a ser despertada foi a
do RPG. Foi quando tinha 9-10 anos em uma aula especial no colégio onde
líamos e discutíamos histórias. Em uma das aulas, a professora contou a
história de um grupo de meninos que jogava RPG. Eu e um grupo de amigos
nos interessamos e ela emprestou pra gente material que o filho dela
tinha de AD&D. Fico triste por hoje em dia não jogar mais tanto
quanto gostaria, sempre me diverti jogando RPG.
Claro que além de todas essas vertentes
que estavam sendo despertadas aos poucos, os games sempre se fizeram
presentes. Dias e dias jogando, reuniões com os amigos nos finais de
semana para uns multi-player… era tudo uma grande curtição.
Mas e os animes e mangás? Onde que eles entram?
Meu primeiro contato com animes foi com Cavaleiros do Zodíaco, como grande parte das pessoas na minha faixa etária. Depois tivemos YuYu Hakusho, Shurato
e por aí vai… porém, não fui cria só da TV Manchete. Na época em que
comecei a me interessar pelos desenhos japoneses, um amigo meu tinha um
pai que morava em SP e trazia algumas fitas pra ele da Liberdade com os
mais variados desenhos. Ele era aquele tipo de menino mimado cujos pais
faziam tudo para agradá-lo. Apesar de não verem sentido em trazer um
monte de fita em japonês pro filho ver, eles o faziam porque o moleque
pedia.
Como eu falava bastante com ele, foram
várias as vezes que assisti aos desenhos com ele. Em específico lembro
da vez que vi meu primeiro anime de mecha, a série original de Gundam.
Tinham pouquíssimos episódios no VHS e era tudo em japonês, mas eu
estava encantado! Imaginem como foi anos depois para mim ver uma série
Gundam (Wing) estreando no Cartoon Network… Desde aquela época meu
interesse nos animes foi só crescendo e eu queria cada vez saber mais
sobre esse universo.
Com mangás a coisa não foi tão hardcore desde o princípio. O primeiro que li foi Ranma 1/2
que na época era publicado pela editora Animangá. Nunca cheguei a
completar a coleção, mas havia gostado bastante de ver o estilo que via
nos desenhos agora em quadrinhos, uma mídia que sempre adorei.
Só fui realmente entrar no mundo dos mangás quando a Conrad trouxe Dragon Ball para o Brasil, em 1999, se não me falha a memória. Depois veio a Editora JBC com Samurai X e a Panini com o mangá de Gundam Wing (que apesar de ser um lixo e ter tido um tratamento muito porco, era de encher meus olhos de emoção). Com o lançamento de One Piece
pela mesma Conrad alguns anos depois eu já estava fisgado pelos
quadrinhos japoneses. A cada ano que se passava eles tomavam mais e mais
espaço no meu interesse frente aos quadrinhos de super-herói.
O tempo passou e a internet se tornou
uma realidade. Lembro até hoje como era legal desbravar com um amigo meu
as redes P2P e descobrir animes em AVI que, para a época, representavam
uma qualidade ESTUPIDAMENTE BOA! Nosso parâmetro eram os RMVBs toscos
então algo em AVI era praticamente ir ao cinema. A primeira série que
assisti em AVI foi Chobits, seguido de Noir…
Nesses primórdios da internet, eu sempre
me interessei em entrar em contato com outros fãs e participei de
diversos sites como um de distribuição de animes, o Animes Forever (se
não me engano esse era o nome), e outro específico sobre Pokémon, o
Suicune’s Temple. Em ambos eu tive a oportunidade de conhecer e
conversar com muita gente. Tempos mais simples aqueles.
Em 2003 eu conheci o fórum Multiverso
Bate-Boc@ através de um amigo e apesar da má fama que ele tinha, dava
pra ver que muitas pessoas ali sabiam bastante do que estavam falando.
Tempo passou e estou lá até hoje.
Ao entrar no MBB, acabei levando meu
hobby mais a sério, graças às discussões sobre os mais variados
assuntos. Foi lá pra 2005 mais ou menos que os animes e mangás começaram
a praticamente dominar minha vida nérdica. Eu queria explorar cada vez
mais séries, tanto em anime quanto em mangá e saber mais sobre esse
universo. Eu já estudava bastante sobre cultura japonesa geral (para uma
criança), mas queria saber mais sobre essa cultura pop moderna de lá.
Desde então meu interesse nunca parou de
crescer, só aumentou e aumentou. O resultado de tudo isso vocês estão
lendo agora, o Anikenkai.
O Anikenkai é o meu projeto de maior
satisfação até hoje. Eu sempre tive a ideia de ter um site/blog onde eu
pudesse livremente falar sobre meus gostos e compartilhar ideias,
opiniões e experiências com outros fãs de animes e mangás e, com isso,
aprender cada vez mais. E eu consegui.
Graças ao Anikenkai, criei um network de
pessoas interessadas na cultura pop não só como meio de entretenimento,
mas como algo a mais, uma manifestação cultural, um pedaço da cultura
japonesa, um foco de interesse.
Acho que posso parar minhas lembranças
por aqui, chegamos no presente. Com certeza eu deixei muita coisa
passar, mas isso aqui é um post, não uma auto-biografia. Espero que
vocês tenham gostado de saber um pouco mais sobre minha trajetória até
onde estou hoje.
E vocês? Como vocês chegaram até aqui? Como viraram fãs de animes e mangás?
mbbanikenkai.com
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