quinta-feira, 24 de maio de 2012

E3 chegando… animado?

O marasmo entre gerações não está incomodando ninguém?
 
A E3 (Electronic Entertainment Expo) está aí, virando a esquina. Então acredito que os próximos dias, principalmente as próximas duas semanas serão bem interessantes no universo gamer. Admito que estou um pouco insatisfeito com os rumos que a atual geração vem tomando. Essa incerta de quando a Microsoft irá partir para um novo console, a Nintendo lançando um console “desta” geração no final “desta” geração (vai defasar num estalar de dedos como o Wii defasou?). Pra mim o único console que não precisa de um sucessor é o PlayStation 3, isso torna estranho a transição da geração.
E toda essa incerteza está se refletindo nos games. Exclusivos meio fracos, multiplataformas que não tem a expressividade que um lançamento de começo de geração tem. Sequências que fazem os games durarem cada vez menos. DLCs que nos deixam de cabelo em pé com o montante na qual somos obrigados a gastar. O mercado de games passa por um momento estranho, ora desanimador, ora abusivo, ora indeciso. Aquela febre de novidades, a onda de criatividade parece ter passado e as produtoras não sabem muito bem o que fazer.
A E3 este ano está aí para colocar um pouco esse trem no trilho correto. A Nintendo vem com o WiiU, que deve abrir um leque de novas possibilidades para a cada do bigodudo encanador e finalmente a compatibilidade com os multiplataformas da concorrência, mas a gente sabe também que a primeira onda de lançamento de um console quase sempre é fraca. Os lançamentos são feito apressadamente, mesmo os que já estão em desenvolvimento, os estúdios ainda não entendem a totalidade do novo sistema, então os games não chegam em seu potencial máximo. Com isso acredito que ainda que saia em 2012, o WiiU só vai mostrar a que veio, e tornar-se obrigatório no próximo ano, lá pelo segundo semestre. E até lá, será que a Microsoft e a Sony já não estarão criando hype para novos consoles? Espero pelo menos que o Nintendo 3DS tenha uma line-up turbinada para os próximos meses, pois ainda me sinto desmotivado a ter um.
Mas se a Nintendo ao menos está se mexendo, eu me preocupo ainda mais com a Microsoft e o Xbox 360. Agora eu sinto que  a caixa verde está meio abandonada. Tirando Halo 4, nada de bombástico parece preparado para o resto do ano e duvido que na conferência do dia 4 algo mude, afinal, porque lançar algo para competir com a maior franquia da plataforma no fim do ano? Ficaremos com alguns spin-offs como Forza Horizon e o Fable do Kinect, mas não sinto muito peso em tais games. Faz um tempinho já que o Xbox 360 não apresenta algo realmente inovador e criativo, como era perceptível essa vontade no começo quando o mesmo foi lançado. Estaria a Microsoft guardando seus frutos para o próximo console? Assim espero, mas se ele só sair no final de 2013, o Xbox 360 tem um longo caminho de marasmo a seguir. Vivendo de Halo 4 e da Xbox Live Arcade. Nem mesmo Gears of War 3 segurou o hype. Na minha opinião a Epic Games fez besteiro com o Season Pass, inflou tanto o game com DLC em tão pouco tempo e agora que os mesmo acabaram o jogo perdeu boa parte da graça. Por mim deveriamos ter um segundo Season Pass, ao menos até novembro, quando passáriamos o bastão para Halo 4.
Na Sony eu não sei muito bem o que dizer, pois não acompanho fielmente, mas ainda há promesas a serem cumpridas, não? The Last Guardian não saiu ainda, o que dizer de Final Fantasy Versus XIII? Mas a Sony anda criando novas franquias, e se esforçando para inovar e manter o PlayStation 3 em alta, enquanto o marasmo toma conta da concorrência.
Alias essa geração teve várias decepções no sentido de ausências de franquias.  Não tivemos um Mega Man de verdade. Eu torci tanto por um Viewtiful Joe 3 ou um Okami 2, com gráficos e todo o potência que a geração possuia. Games como Kingdom Hearts 3 ou até mesmo Beyond Good & Evil 2 continuam sendo lendas. A Ubisoft parece que desistiu de ver de Prince of Persia, que foi substituido por Assassin’s Creed, que acabou sendo altamente saturado ano após ano. Do lado da Nintendo eu esperava um Star Fox 4 ou até mesmo o prometido Pikmin 3, meu sonho era um Super Mario Sunshine 2. Luigi’s Mansion 2 era outro sonho, mas não queria ver o jogo num portátil, eu queria num WiiU, com gráficos de alta classe. Jak and Daxter também acabaram sendo deixados de lado na plataforma de mesa, já que a Uncharted ficou a geração toda ocupada com Uncharted.  Kameo II e toda aquele portofólio da Rare eu torcia para ser reativado, mesmo que a Rare tenha dados uns furos no começo da geração, eu esperava que ela conseguisse se aprimorar, que veríamos um Banjo-Kazooie de verdade, que até mesmo Battletoads acabasse surgindo numa versão em HD na Live Arcade.
No fim a atual geração trouxe coisas novas, saturou seu próprio mercado de forma desnecessária com games como Call of Duty, Assassin’s Creed e até mesmo com Need for Speed. Ficou essas lacunas, estes buracos no universo onde os gamers queriam velhas franquias de volta, novas franquias sendo criadas. Uma geração marcada pela repetição, pela insistencia num mesmo gênero e pelo medo de ousar. Quem ousou, nem sempre se saiu bem, como Brutal Legend, Mirror’s Edge e até mesmo Bayonetta (dizem por aí que a sequência engavetou). Estúdios fecharam, outros desistiram de fazer o que não sabem fazer direito (como a Codemaster que agora só faz games de corrida). Até mesmo os RPGs nesta geração se esconderam. A Square Enix tentou aqui e ali, mas poucos deram certo. A Namco-Bandai veio com a franquia “Tales of…“, mas só eu sinto que eles não tem mais aquele sentimento épico que possuiam na geração passada? Parece que algo se perdeu nesse gênero, boa parte por culpa dos novos RPGs ocidentais, como Mass Effect. Mas um gênero não deveria acuar ou exterminar seu semelhante. Deveria haver espaço para tudo.
Não sei o que a E3 deste ano reserva. Mas não acredito que ela vá conseguir ser surpreendente ou bombástica. Ano passado eu já achei o evento tímido, acanhado e pouco expressivo. Parece que as empresas estão confortaveis fazendo a mesma coisa todo ano, só aguardando a próxima geração, onde aí terão que colocar novas ideias para funcionar e como oficialmente ainda não bateram o martelo dizendo que essa geração tem que acabar, fica esse marasmo entre gerações.
Tem sim um ou outro título que estou ansioso para ver, como o novo Tomb Raider, que mudou para 2013. Mas dá para contar no dedo de uma mão quantos são realmente expressivos e possuem uma proposta inovadora (e não apenas um novo game de uma velha franquia só que mais turbinado). Será que no evento deste ano teremos títulos que consigam vencer essas barreiras? Eu não duvido que tenha, mas se tiver,  será que o veremos ainda nesta geração? Eu não quero mais Beyond Good & Evil 2 agora… no final do segundo tempo? Para! Até pode soar contraditório, mas é verdade. Acho que de fato o que eu mais quero é que esse geração acabe logo…
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